sábado, 21 de outubro de 2006

Que dias!

No ar: Um avião pequeno, em condições ainda não muito claras, chocou-se com um grande e o derrubou causando a morte de muitos.

No mar: Um barco pequeno, em condições ainda não muito claras, chocou-se com um grande e foi afundado resultando na morte da maioria de seus passageiros.

Na terra: A Coréia do Norte, em condições ainda não muito claras, explodiu uma bomba atômica com resultados pequenos mas causando grande sobressalto no mundo.

Em nosso país: Milhões de eleitores, em condições ainda não muito claras, tendem a eleger Presidente da República, o candidato do partido mais acusado de corrupção.

Em nossa cidade: Com quase 750 endereços de Igrejas Evangélicas, 26 Presbiterianas, registra, em condições ainda não muito claras, a médias iguais ou inferiores a dos índices sociais da média do país.

Como explicar? Não sei, mas creio que o choque dos aviões e dos barcos provavelmente será atribuído a falha humana, a bomba coreana, aos últimos esforços de um regime falido que insiste em sobreviver mesmo chantageando o mundo. Já as nossas eleições não tenho a menor idéia de como explicar, como, também, não sei explicar o paradoxo de nossa cidade.

Estamos no mês em que nos lembramos da Reforma Protestante do Século 16. E, a história tem mostrado que onde a Reforma Protestante desenvolveu-se, o analfabetismo, a violência, e outros malefícios, diminuíram, ao passo que a saúde, a educação, a higiene e outros benefícios cresceram.

Desde que cheguei aqui tenho pensado muito nisso. Às vezes penso que é um reflexo da situação caótica de nosso país ou da herança cultural e religiosa que recebemos, ou do “tipo de evangelho” que está sendo pregado. Sinceramente ainda não tenho certeza. Porém continuo estudando e aprendendo.

Por exemplo: Eu sempre achei que as cigarras só cantavam com o sol a pino. Estava errado. Nos dias mais quentes da semana passada, ao entardecer, algumas disputavam quem cantava mais alto. Depois das atividades da noite, acabei dormindo no sofá e acordei às 2 da manhã com uma cigarra quase se espocando de tanto cantar.

Alguém me disse que é a fêmea chamando o macho. Outro me garantiu que é o inverso. Fêmea ou macho, tanto faz, pois, enganada pelo clarão amarelo de uma lâmpada de vapor de sódio, não conseguirá seu objetivo, já que, fora dali, reina a escuridão da noite.

Será que, como as cigarras, a luz amarela está nos enganando? Sou testemunha do enorme esforço dispendido pelas “Igrejas sérias” em levar o Santo Evangelho. Sou testemunha da boa vontade de muitos irmãos que sacrificam-se em prol do trabalho que lhes é proposto. Também sou testemunha da presença da Bíblia em quase tudo o que se vê: Nomes de lojas, de pessoas, de ruas, de bairros, de igrejas... Porém, não tenho visto a Bíblia ser pregada conforme a Fé Reformada. Talvez seja essa a explicação.

Vamos voltar aos Princípios norteadores da Reforma Protestante. Ainda há tempo. Se não para evitar desastres, mas, pelo menos, para criarmos uma sociedade mais sadia, para nossos filhos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tudo bem, meu amigo gostei muito da forma como você desenvolveu o texto.
Infelizmente, você está certo não temos levado a palavra tão a sério quanto deveríamos estar levando. Perdemos tempo demais agrandando os então "clientes" da "igreja". Ao invés de agradar Cristo. Tenh visto um evangelho deturpado e tenho quase certeza que Paulo pudesse ver a pregação realizada (para não ser muito pessimista) em 50% de nossas igrejas brasileiras diria, "estes que pregam um evangelho diferente do meu, que sejam anátemas". Isto não é coisa nova, todos sabemos, pois em sua época Paulo viveu com estes problemas. Mas parece um mal que tem surgido com mais força em nossos dias. Sem contar no cenário apocalíptico. A síria aproveitando o embalo da Coreia do Norte para pincelar testes nucleares também, com o expresso intuito de destruir Israel. Acredito que temos que volta para a pregação bíblica da palavra. Mas por onde começar? Quem avisar? quem alertar? afinal de contas, quem acreditará que estamos mais perto do retorno de Cristo a cada dia, se a maioria das Igrejas acostumou-se com a idéia que o retorno de Cristo tardará? Um abraço meu amigo...

Anônimo disse...

Caro reverendo

Um texto "deprimido"...
Não desanime.

Lembro que Abraão creu quando não havia motivo para crer... Espelhe-se nele.

Acho que de Noé também foi dito a mesma coisa, e numa geração muito pior que a nossa.

Mas se Jesus estava correto, e ele estava, certamente concordarás comigo que em algum momento o nosso Deus soberanamente irá promover a apostasia gradativa e sistematicamente, pois os dias da sua volta serão como os dias de Sodoma e Gomorra e como os dias de Noé.

Assim parece que o nosso esforço não se realiza, mas Deus ainda é Deus.

E lembre-se, num momento de desânimo Elias também achou que estava sozinho na luta, e Deus lhe disse "... tenho ainda reservado para mim 7000 que não se curvaram..." (parafraseado aqui de memória, não é o texto exato, mas o sentido exato).

Continue a sua parte.
Mas não se iluda, os tempos deverão em algum momento ter uma mudança de valores total, e talvez este seja o nosso tempo.

Eu não sei explicar, mas Noé não pregou 120 anos? E nenhuma alma sequer foi "convencida" por ele, entrou na arca só ele e os filhos talvez obrigados, pois a Bíblia diz que só existia um justo, assim penso que os familiares de Noé eram ímpios como os outros, mas pelo menos tiveram o bom senso de respeitar as "loucuras" do velho Noé e entrar com ele na arca.

Um abraço (... existem mais "7000 mil", não desanime portanto.)

folton disse...

Oliveira;

Hoje fez um ano do choque entre os dois aviões. Hoje choveu, mas ontem ouvi as cigarras cantando de madrugada.

... perplexo, mas não abatido, seu amigo, que carece de orações,
Fôlton