sábado, 8 de novembro de 2008

Resumos

Domingo passado vimos como Salomão resumiu a busca de sentido para sua vida debaixo do sol em “vaidade e correr atrás do vento”. Vimos também que, contrastando, ele resumiu o verdadeiro sentido da vida em “temer a Deus e obedecer os seus mandamentos pois esse é o dever de todo homem”.

Ao tentar resumir algo tão amplo Salomão não está inovando. O primeiro a fazer um resumo dessas coisas importantes foi o próprio Deus. Afinal, não foi ele quem nos mandou amá-lo sobre todas as coisas, e amar nosso próximo como a nós mesmos? O que são essas ordens senão resumos?

Não há como cumprir os quatro primeiros mandamentos sem amar a Deus e os seis últimos sem amar ao próximo.

Aliás, quando indagado sobre qual era o maior de todos os mandamentos Jesus respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

Observe que estão diante de nós duas formas diferentes de se ver o mundo. Duas cosmovisões. E todas as duas, além de serem profundamente bíblicas, são completa e totalmente contrárias aos nossos dias.

Vejamos:

Da primeira - que nos ensina que amar a Deus sobre todas as coisas é observar os quatro primeiros mandamentos, e amar o próximo como a nós é observar os seis últimos mandamentos – deduzimos que, para Deus, amar pode ser até um sentimento, mas acima de tudo é uma atitude.

Dos quatro primeiros mandamentos (Não terás outros deuses diante de mim, Não farás para ti imagem de escultura, Não tomarás o nome do teu Deus em vão e Lembra-te do dia de descanso para o santificar) vemos claramente que Deus está estabelecendo como devemos nos relacionar com ele:

1. Devemos adorá-lo. Não a outra coisa ou pessoa. Isso fala de nosso culto à ele, e somente a ele. Cultuar a outro que não ele, em toda Bíblia, é chamado de adultério espiritual.

2. Fazer qualquer tipo de imagem dele é degradar sua pessoa ao nível de criaturas e portanto blasfemar contra ele.

3. Usar seu Nome levianamente é degradar sua honra ao nível comezinho de nossas futilidades e portanto menosprezá-lo.

4. Não reservar um tempo exclusivo – santificado – para estar com ele é deixar de desfrutar sua presença e aprender como cumprir cada vez mais os três primeiros mandamentos.

Ou seja: amá-lo sobre todas as coisas não é ficar perdidamente apaixonado ou “transpirar” sentimentos pré-fabricados. É fazer, mesmo que não seja adequado ao nosso mundo, aquilo que ele determina que façamos. Amá-lo é adorá-lo como ele quer ser adorado! Sobre todas as coisas!

Da segunda – contida nas palavras de nosso Senhor e Mestre: “Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” – aprendemos que amar nosso próximo como a nós mesmos é simplesmente: Honrar nossos pais, Não matar, Não adulterar, Não furtar, Não testemunhar falsidades e Não cobiçar.

Seria ocioso repetir o quanto essas disposições são necessárias para podermos viver em paz com nossos semelhantes. Mas novamente convêm repetir: Amar nosso próximo não é forçar sentimentos que não existem, ou fazer declarações hipócritas. É fazer, mesmo que não seja adequado ao nosso mundo, aquilo que o Senhor determina que façamos a nosso semelhante.

Porém, por que a lei e os profetas dependem disso? Simples: A lei foi dada para garantir que isso seja cumprido e os profetas tinham como sua missão principal advertir o Povo de Deus, quando se esqueciam dessa obrigação.

Aí surge a diferença entre o que é e o que deveria ser: Como a lei foi escrita em nossos corações pelo Espírito Santo todos esses mandamentos deveriam ser para nós motivo de prazer, e jamais deveríamos precisar de alguém que nos lembrasse de cumpri-los pois os desejaríamos mais do que o ouro e teríamos nele maior prazer do que no mel.

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