sábado, 4 de setembro de 2010

Desertos

Você já se deu conta da freqüência com que a Bíblia fala de desertos? Observou que eles estão ligados tanto a más quanto a boas ocasiões. Tanto a bons quanto a maus significados? Os desertos citados na Bíblia não são apenas dunas de areia, mas também o que hoje chamaríamos, no Brasil, de serrado pedregoso ou até mesmo de caatinga.
Pelo deserto peregrinou Abraão e seus descendentes a procura de Oasis em que pudessem dessedentar seus animais e eventualmente fazer morada durante algum tempo. Para o deserto fugiu Agar, grávida de Ismael, até que o Anjo do Senhor ordenou que voltasse e se humilhasse diante de sua senhora. E anos depois, para outro deserto foi expulsa com Ismael já adolescente, após caçoarem daquele que acolheu as promessas. E ainda em outro deserto Ismael foi criado.
No deserto foi José jogado em uma cisterna e vendido por seus irmãos. Para o deserto, que tinha o monte com a sarça incendiada que não se consumia, saiu, em êxodo, o Povo de Deus e lá recebeu a sua lei e aprenderam a cultuá-lo.
No deserto foram provados e ensinados que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus e que, até as pedras são capazes de produzir água sob sua ordem.
No deserto morreram todos os que nasceram no Egito, exceto Josué e Calebe. E, ainda no deserto, se prepararam para entrar na terra que lhes havia sido prometida desde os dias de Abraão.
No deserto escondia-se Davi quando perseguido por Saul e do deserto Salomão sonhava vir sua bem amada.
Para o deserto fugiu Elias da ira de Jezabel e Oséias desejava levar sua mulher e falar-lhe ao coração.
Isaías profetizava que a voz do Senhor clamaria no deserto e no deserto cresceu João Batista onde recebeu, com a água, os arrependidos que o buscaram querendo andar por vereda plana.
Para o deserto o Espírito Santo levou Jesus, que mesmo não tendo sequer o maná, perseverou em toda palavra que havia saído da boca de Deus.
Os desertos na Bíblia podem significar provações, mas sempre significaram também a “companhia solitária” de Deus e sua força. Cada geração de seu povo, por assim dizer, nasce e cresce no deserto. No deserto aprendem também que a maior necessidade é da presença do Senhor. Nela repousam. Nela alentam as forças.
Agradeçamos a Deus pelos desertos pelo qual ele nos obriga a passar, pois as pegadas de Deus destilam fartura, destilam sobre as pastagens do deserto, e de júbilo se revestem os outeiros. Os campos cobrem-se de rebanhos, e os vales vestem-se de espigas; exultam de alegria e cantam” (Sl 65.11-13).

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