quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O resgate dos mineiros chilenos e o meu

Como aqueles mineiros chilenos eu também estava enterrado. Não apenas a 700 metros abaixo da superfície, mas, como disse o salmista, “no mais profundo abismo”.

Como aqueles mineiros chilenos eu não recebi apenas uma proposta de salvação. Fui objeto de uma missão de resgate. Uma missão infalível e determinada a me tirar daquele lugar terrível, custasse o que custasse. E custou a vida de meu Senhor.

Diferentemente daqueles mineiros chilenos, nenhum semelhante meu poderia alcançar-me. Ninguém, a não ser meu Criador, teria poder de achar-me e de resgatar-me.

Diferentemente daqueles mineiros chilenos, eu não tinha como mandar sequer um bilhete avisando que estava vivo, pois na verdade eu estava morto. Nas palavras do apóstolo “morto em meus delitos e pecados”.

Diferentemente daqueles mineiros chilenos, para que eu fosse salvo, Deus, não apenas mandou uma missão de resgate, mas fez-se semelhante a mim e me deu vida compartilhando comigo seu próprio Espírito. Vivificou-me ao ponto de fazer-me ansiar pelo bendito resgate, e me alegrar por hoje estar em uma capsula apertada, subindo por um túnel bem estreito, vivo e em direção à vida real.

Diferentemente daqueles mineiros chilenos, se tivesse como escolher eu jamais escolheria o resgate - ele não faria qualquer sentido - meu prazer seria continuar no mais profundo abismo. Além do mais eu teria ódio mortal de meu resgatador e meu orgulho jamais me permitiria entrar em uma cápsula tão apertada. Eu me debateria ao ponto de precisar ser compelido por um aguilhão.

Fui resgatado, sim! Jamais poderia salvar-me.

4 comentários:

Milton Jr. disse...

Folton,
Simplesmente formidável. Cada dia admiro mais sua capacidade de dizer tanto em tão poucas linhas.

grande abraço.

Unknown disse...

Caro Rev. Folton
Seu texto é smples, objetivo, marcante e de nobre eloquência. Que Deus seja louvado por tão admirável sabedoria
Agnaldo.

Josivaldo de França Pereira disse...

Simplesmente Fôlton, meu mestre.

Ricardo Mamedes disse...

Caro Pr. Folton,

Certamente o seu texto é tocante e belo. E é poético - coisa que aprecio. Gostei do seu blog, tendo chegado aqui via Tempora mores.

Estou seguindo-o e faço-lhe um convite para uma visita ao meu blog.

Grande abraço.

Ricardo.