domingo, 6 de fevereiro de 2011

Diversas fases de um mesmo rio

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Há quantos anos o Rio Caparaó corre por esse vale? Não tenho ideia. Certamente muitos.

Suas nascentes vão se ajuntando e quando ele passa no lugar fotografado acima, e forma esta bela corredeira, já caiu em belas cachoeiras. Mais abaixo, na cidade, encorpado e remansoso, recebe águas de ruas e até esgotos e continua correndo em direção ao Rio Itabapoana e finalmente ao mar.

Há certa analogia com a História da Redenção, que embora tenha apenas uma nascente – nosso Senhor Jesus Cristo – corre em direção à sua consumação, passando por cachoeiras, corredeiras, remansos, recebendo as sujeiras das muitas religiões e cosmovisões humanas, persiste em direção ao seu próprio autor.

Como o rio tem seus lugares bem definidos a História da Redenção também. Cachoeiras são próprias de ambientes de montanhas, de grandes variações de altitude e de quedas bruscas. Corredeiras, por sua vez, são encontradas em declives acentuados e rochosos. Já as planícies, com pouco declive, são propícias a apresentar as águas calmas.

Assim foi e continua sendo a História da Salvação. Sua nascente, na promessa feita a Adão, foi seguida de mais turbulências do que as nascentes do Rio Caparaó.

Verdadeiras quedas vertiginosas até hoje impressionam a quem lê sobre a vida dos antediluvianos, dos Patriarcas ou da peregrinação no deserto.

A partir da posse da Terra Prometida, tanto no tempo dos juízes quanto no tempo dos reis, a semelhança com corredeiras é muito grande. É nesse tempo que aparecem os profetas. Especialmente no tempo dos reis. Como se os profetas fosse a “consciência dos reis” já que estes levavam o Povo de Deus a fazer o que os povos vizinhos faziam.

De repente uma grande cachoeira – qual rio que muda de ambiente topográfico: o Povo de Deus foi levado para um cativeiro do qual só voltam 70 anos mais tarde, sem o vigor de outrora. Anos mais tarde instala-se um período remansoso de 400 amos, que passará a história com o nome de “o silêncio profético” no qual mais do que cativos serão verdadeiros joguetes de diversas nações.

De repente, outra grande cachoeira – outro ambiente totalmente novo – nasce o maior profeta: o precursor. Seis meses depois nasce o Messias. A Redenção Chegou.

Começou a nova fase do rio. A última fase. A fase em que vivemos.

Como não esperamos nascentes próximas da foz de um rio, por que razão ainda há quem pense na repetição de eventos próprios do nascedouro da História da Redenção às vésperas de sua consumação?

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