sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O desejado das nações

Cresci sabendo que Ageu 2.7 (...e virá o Desejado de todas as nações...), na Edição Corrigida, era uma referência a Jesus Cristo. Mas, cedo, no Seminário, aprendi que o profeta Ageu não poderia estar se referindo a ele pelo simples fato de que, em hebraico, a palavra que é traduzida por Desejado é feminina. Seria como dizer: virá a desejada das nações!

A Edição Revista e Atualizada captou melhor o sentido à luz do contexto total do livro: “... as coisas preciosas de todas as nações virão”.

A ideia de que Ageu se referiu a Jesus foi fortalecida pela Sr.ª E. G. White, que escreveu um livro com o mesmo nome. E até hoje, recebo cartas de presbiterianos me saudando na despedida com “...no Desejado das Nações”, Fulano de Tal.

Esta longa introdução destina-se a chamar sua atenção para o que as nações desejam. De início sei que escrever sobre isto é quase supérfluo, pois haverá tantos desejos quanto forem as pessoas, ou, no mínimo, os grupos de interesse dentro de uma nação.

Quando Israel escolheu seu primeiro rei, Deus os avisou, através de Samuel, que o rei teria direito sobre o trabalho do povo, sobre o recrutamento de soldados, sobre o produto dos campos e direito de impor tributos! Ou seja o Estado teria prioridade sobre a economia.

De modo geral, continuou assim até alguns séculos atrás. Mesmo entre os povos em que o governante era escolhido por acordos familiares, ou imposto pela força. A economia e sua prosperidade (aquilo a que parece que o profeta Ageu se refere), estava a serviço do Estado, particularmente do governante.

Isso mudou. Hoje o Estado está a serviço da economia.

Não sei precisar quando mudou, mas é fácil observar que as ideologias possuem um peso cada vez menor nas decisões de governo sejam locais ou internacionais. Aliás, já vi quem desdenhasse delas como se fossem uma doença a ser extirpada da humanidade.

Hoje vivemos em uma época em que a democracia é mostrada como o remédio para todos os males e curiosamente ela baseia-se em uma ideologia: a de que o povo tem o direito de reger-se a si próprio (ou diretamente como acontecia na Grécia antiga, ou representativamente como em Roma).

Para deixar claro meu raciocínio é importante registrar que a democracia não teve origem em Moisés, mas nos gregos.

Então, como entender por que razão, quando o último governante grego resolveu consultar seu povo, como faziam antigamente, a respeito de como pagar a dívida de seu país, viu-se imediatamente obrigado a dar lugar a outro, mais afinado com os credores internacionais? Ou seja: A economia domina de fato a mais decantada ideologia humana em nome da qual se invade outros países e em nome da qual se tenta construir um Órgão de Representação Mundial.

O que as nações desejam é o bem estar econômico. Mas nossa ingenuidade cristã é tão impressionante que até pouco tempo atrás cantávamos “Queremos luz! É o grito das nações pagãs, que vem atravessando o imenso mar”!

Nunca nos esqueçamos disso: As nações anseiam por prosperidade e bem estar. Mas “nós pregamos a Cristo e esse crucificado”. Quem sabe, com isso em mente, seríamos mais sábios em nossos esforços missionários.

Um comentário:

Roberto Márquez disse...

Amado pastor, o sal e a luz não se "esforçam" para salgar ou iluminar, eles simplesmente são.