sábado, 20 de julho de 2013

O Livro dos Salmos (Parte 2)

Concluindo o assunto de Domingo passado, é bom nos lembrarmos de que os Salmos possuíam estilos que hoje escapam a nossa compreensão. Há os estilos indicados no próprio texto hebraico e aqueles que se deduz do tema que o próprio Salmo aborda.

Primeiro: Os estilos identificados no texto hebraico, e que não entendemos muito bem:

a. Masquil, que geralmente se traduz por Salmo Didático: Salmos 32, 42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 89 e 142.

b. Mictam, que geralmente se traduz por Hino (todos foram escritos por Davi): Salmos 56, 57, 58, 59 e 60.

c. Shigaiom, que é traduzido por Canto: apenas o Salmo 7.

d. Neguinote, que parece referir-se apenas a um instrumento musical, traduzido sempre como instrumento de cordas: Salmos 4, 6, 54, 55, 61, 67 e 76.

e. Nehilot, traduzido como flautas: apenas o Salmo 5.

f. Aijelet-Has-Saar, traduzido por (melodia) Corça da Manhã: apenas o Salmo 22.

g. Alamot, traduzido como voz de soprano: apenas o Salmo 46 (e o cântico entoado na volta da Arca da Aliança e registrado em 1Cr 15 e 16).

h. Mahalat, traduzido por cítara: apenas os Salmos 53 e 88.

i. Mut-Labém, literalmente significa "morte para o filho": apenas o Salmo 9.

j. Seminit, traduzido como "em tom de oitava", aparece nos Salmos 6 e 12, e no cântico entoado por ocasião da volta da Arca da Aliança.

Segundo: Esses títulos acima fazem parte do texto sagrado.

São tão importantes que serviram de base para nosso Senhor firmar uma doutrina: Em Mateus 22.41-46 citou o Salmo 110 como sendo de Davi e apenas seu título nos informa que este Salmo foi escrito por Davi. Ou seja: Jesus formulou uma doutrina sobre um título de um Salmo.

Além da autoria eles nos informam também a ocasião (Salmo 3.1, 102.1), a instrumentação (Salmo 6.1) e a forma que devia ser cantado (Salmo 46.1).

Terceiro: Os estilos que podemos deduzir ao examinar cada poema:

a. Hinos e Salmos utilizados para louvar a Deus: 8, 15, 19.1-6, 24, 29, 33, 46, 47, 48, 50, 66, 68, 76, 81, 82, 84, 93, 96, 97, 98, 99, 100, 103, 104, 105, 106, 108, 113, 114, 115, 117, 118, 121, 122, 132, 134, 135, 136, 145, 146, 147, 148, 149 e 150.

b. Súplicas, lamentos ou pedidos individuais: 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 13, 14, 17, 22, 25, 26, 28, 31, 38, 39, 41, 42, 43, 51, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 61, 63, 64, 69, 70, 71, 77, 86, 88, 94, 102, 109, 120, 130, 139 e 143.

c. Súplicas, lamentos ou pedidos coletivos: 44, 60, 74, 79, 80, 83, 85, 90, 123, 125, 126, 129 e 137.

d. Cânticos de confiança em Deus e em sua ajuda: 11, 16, 23, 27, 62 e 131.

e. Agradecimentos a Deus: 30, 32, 34, 40.1-10, 63, 65, 67, 75, 92, 103, 107, 111, 116, 118, 124, 136 e 138.

f. Relatos históricos: 78, 105, 106, 135 e 136.

g. Relativos ao rei: 2, 18, 20, 21, 28, 45, 61, 63, 72, 84, 101, 110, 132 e 144.

h. Didáticos: 1, 37, 49, 73, 91, 112, 119, 127, 128 e 133.

i. De peregrinação: 84, 107 e 122.

j. Mistos: 36 e 40.

k. Acrósticos: 9, 10, 34 e 119.

l. Imprecatórios: 58.6-11, 83.9-18, 109.6-19, 137.7-9.

Conclusão

A produção poética de Israel, começou muito cedo. Seu primeiro registro aconteceu durante o êxodo (com grande dose de acerto, podemos dizer que o primeiro registro é o Salmo 90). E embora muita coisa tenha sido escrita por Moisés, a maioria data da época de Davi.

Sabemos que houve época em que os que foram designados para a música no templo chegaram a 4.000 pessoas (1Cr 23.5). E que à produção de Davi somou-se, Asafe e os filhos de Corá e Jedutum, que é citado 2 vezes (Salmo 39 e 77) como cantor e 1 vez como autor de uma melodia (Salmo 62).

Todo esse material foi levado para a Babilônia onde foi compilado volume após volume (entenda-se: rolo após rolo). Note-se também que alguns Salmos foram compostos lá. Por exemplo, o Salmo 137). E talvez o único critério que tenha orientado os organizadores tenha sido dar prioridade aos escritos de Davi.

É de grande ajuda poder contar com o testemunho das Escrituras de que Deus não apenas escuta nossas orações, mas também compreende o que passamos. Ora isto é dito explicitamente a respeito de seu Filho, que sofreu todas as angústias expressas nos Salmos. Na verdade, podemos dizer – e será certa nossa afirmação – que cada Salmo é Jesus “cantando conosco no meio da congregação”.

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