sábado, 17 de agosto de 2013

Pecadores inevitavelmente salvos

Espero que ao ter lido o primeiro artigo desta série (Pecadores), você tenha entendido que pecado não é um simples esbarrão em Deus do qual você possa pedir desculpas, muito menos um gesto de desobediência à vontade dele semelhante ao que fazíamos com nossos pais quando crianças. Pecado, na verdade, é um estado de rebeldia contra o Criador, que criou o homem para ser espiritualmente vivo e ele escolheu ficar espiritualmente morto para Deus.

Do segundo texto espero que você tenha compreendido que alguém que se matou espiritualmente, não é capaz de reviver-se, mas precisa de Deus – o autor da vida – para ressuscitá-lo.

Do terceiro texto espero que tenha ficado claro que o sacrifício de Jesus não foi feito apenas para criar uma possibilidade de salvação, que mortos (como se mortos pudessem fazer algo) possam aceitar ou rejeitar.

Hoje desejo deixar bem claro que ao toque salvador do Senhor, não há outra opção para os mortos além de ressuscitar.

A Bíblia nos relata que o Senhor Jesus, durante “os dias de sua carne”, ressuscitou três mortos. A filha de Jairo (Mc 5.22-24 e 35-42); o filho da viúva de Naim (Lc 7.12-15) e a Lázaro (Jo 11.43-44). Embora todos estes casos contenham os elementos que quero destacar, analisarei o de Lázaro, onde eles aparecem mais claramente.

1º Lázaro estava realmente morto. Jesus assegurou-se de que ele morreria demorando a atender a mensagem mandada pelas irmãs dele (Veja os primeiros versículos do capítulo de João 11). A própria irmã do defunto atestou seu estado de putrefação: “Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias” (Jo 11.39).

2º O morto é deixado para que “... o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7). Ele já não tem mais domínio de si e, inerte, nada mais faz. Porém, seu espírito está nas mãos de Deus.

3º Como Jesus ressuscitou a esses três poderia ter ressuscitado a muitos mais ou a todos seus contemporâneos. Por que não fez? Porque não quis!

Do mesmo modo que o corpo morto está sob a vontade de seus circunstantes, que podem enterrá-lo, cremá-lo, ou fazer coisa pior, o pecador morto está nas mão de Deus. É de causar admiração que deste rio de mortos, desta vala comum, ele selecione um e devolva-lhe a vida espiritual, restaurando também o corpo que já se putrefazia nos mais abjetos antros do pecado.

Entretanto a voz de comando “... sai para fora” não pode ser resistida, pois nem as trevas resistiram a essa mesma voz quanto sua ordem foi “haja luz”.

Neste instante é que se processa o que os teólogos convencionaram chamar de regeneração (de re+gerar): Ele foi gerado de novo. Nas palavras de Jesus a Nicodemos ele nasceu da água (alusão ao derramamento do Espírito prefigurado nas águas que nascem do Templo conforme a profecia de Ezequiel) e do Espírito, pois foi o mesmo Espírito Santo que agiu: “ ... Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (Sl 104.30).

A graça deste chamado é a tal ponto irresistível, que o próprio Jesus declarou: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (Jo 6.37).

Quando Saulo se debatia, com o que lhe parecia escândalo e loucura, a voz do Senhor Jesus foi bem clara: “E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me dizia na língua dos hebreus: Saulo, Saulo, por que me persegues? É inútil resistires ao aguilhão.” (At 26.14 Sec.XXI).

Deus salva pecadores. Quando ele os busca não volta sem aqueles que se dispôs a salvar. O Resgate é certo.

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