sábado, 6 de setembro de 2014

Leis anticristãs

Desde seus primeiros dias o cristianismo tem sido difamado. A Bíblia registra que as primeiras perseguições foram iniciadas por boatos ou por difamações. Por exemplo: Os judeus em Tessalônica “movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba alvoroçaram a cidade”. Ou ainda, em Éfeso, o ourives Demétrio promoveu uma manifestação anticristã levando seus colegas ocuparem a praça, gritando repetidamente, por cerca de duas horas: “grande é Diana dos efésios”.

Justo Gozales registra, em A Era dos Mártires, que: “O que se dizia acerca dos cristãos pode ser classificado em duas categorias; os rumores populares e as críticas por parte da classe culta [...] como se chamavam mutuamente de irmãos, foram se tecendo rumores cada vez mais exagerados, e muitos chegaram a crer que os cristãos se reuniam para celebrar uma orgia em que se davam uniões incestuosas”.

Além de difamado o cristianismo chegou a ser perseguido – exatamente como o Senhor Jesus havia predito – até ser reconhecido como religião oficial. Mas, deixar de ser perseguido, não significa que não tivesse inimigos ou difamadores. Sempre houve difamadores. Sempre houve quem lutasse contra o cristianismo e/ou contra os ideais cristãos. E infelizmente, as convicções de liberdade trazidas pela Reforma Protestante facilitaram, em muito, a vida dos difamadores e garantiu-lhes o direito de continuarem difamando.

A lista de difamadores famosos é grande, mas um se destaca até hoje: Friedrich Nietzshe. Nascido em 1844 numa família de protestantes era neto e filho de pastores luteranos e foi educado com vistas ao seminário, mas optou inicialmente pela filologia e depois à filosofia. Morreu louco no pior estágio da sífilis.

Os muitos livros que escreveu estão cheios de ataques ao cristianismo. No livro O Anticristo (título que atribuía a si mesmo) diz que o cristianismo é uma “crença enferma, baixa e vulgar [...] responsável pelo retrocesso cultural e moral dos homens”. Chegou mesmo a publicar uma “lei contra o cristianismo”, da qual transcrevo um trecho:
Artigo Primeiro – Qualquer espécie de antinatureza é vício. O tipo de homem mais vicioso é o sacerdote: ele ensina a antinatureza. Contra o sacerdote não há razões: há cadeia. 
Artigo Terceiro – O local amaldiçoado onde o cristianismo chocou seus ovos de basilisco deve ser demolido e transformado no lugar mais infame da Terra, constituirá motivo de pavor para a posteridade. Lá devem ser criadas cobras venenosas. 
Artigo Quarto – Pregar a castidade é uma incitação pública à antinatureza. Qualquer desprezo à vida sexual, qualquer tentativa de maculá-la através do conceito de “impureza” é o maior pecado contra o Espírito Santo da Vida. 
Artigo Sexto – A história “sagrada” será chamada pelo nome que merece: história maldita; as palavras “Deus”, “salvador”, “redentor”, “santo” serão usadas como insultos, como alcunhas para criminosos.
Porém, ele não foi o primeiro a “fazer leis” contra os cristãos. Mesmo porque seus escritos, no máximo, provocaram reações ou convenceram a alguns a se voltarem contra o cristianismo. A Igreja, durante seus primeiros anos de existência, sofreu do império Romano 10 períodos de perseguição e não foram poucas as leis que surgiram contra ela. Por exemplo, na segunda perseguição, quando Domiciano era o cesar, o Senado fez a seguinte lei: “Que nenhum cristão, uma vez trazido ao tribunal, fique isento de castigo, sem que renuncie a sua religião”.

Não é de se admirar que os governos que veem o cristianismo como inimigo o persigam, porém, me assusta ver que cristãos fazem o mesmo. Observe: Diversas leis que foram feitas pelo legislativo brasileiro trazem, no mínimo, intranquilidade aos cristãos: O Estatuto da Criança e do Adolescente priva os cristãos de transmitirem a seus filhos valores básicos de disciplina e do trabalho e atrapalha muito às igrejas que desejam manter um orfanato dentro dos princípios morais cristãos.

A dita Lei da Palmada nivela os pais que sabem disciplinar seus filhos conforme a disciplina e sabedoria de Deus a pais espancadores que procuram, antes de tudo, descontar nos menores seus problemas. As diversas leis de proteção aos homossexuais acabam acobertando vidas pecaminosas e tentam obrigar as igrejas a adotarem a agenda de grupos cuja intenção declarada é a extinção da (como eles mesmo dizem) moral “judaico-cristã”.

E, como estas, outras leis, que, se não lutam abertamente contra o cristianismo, prejudicam muito a ação dos cristãos.


O que os cristãos podem fazer? Pelo menos divulgar quem são essas pessoas que lutam disfarçadamente. Repare: o cristianismo sempre terá muitos inimigos, mas os piores não são os declarados, e sim os que se passam por irmãos.

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